Fazendo da crise uma aliada

Como você andava se sentindo antes da crise atual?

Agora esse sentimento está maior? Intensificou-se?

Surpreso(a) com a constatação positiva?

Ah, não foi assim para você? Está experimentando sentimentos totalmente diferentes dos que vivenciava na sua rotina pré-crise?

Pode ser que não muita coisa mudou nesse sentido na sua percepção?

 

Pois é. Cada um experimenta um momento como esse de uma forma diferente. 

Mas todos temos algo em comum e tenho certeza que você já pensou sobre isso nas últimas semanas: Onde está a sensação de controle que corremos atrás como cão corre atrás do próprio rabo, na tentativa de, ilusoriamente, a partir dela, alcançar paz, segurança e felicidade?

Eu tenho o meu palpite e você? 

O controle está em você, não está no que acontece com você, está no seu autocontrole, que determina, te dá o poder de escolher como reage ao que te acontece. 

Autocontrole é coisa a ser construída e não pode somente aparentar que o tem aos olhos dos outros. Precisa ser real e só olhando para dentro de si poderá construí-lo de verdade.

Talvez este seja um momento bastante oportuno para isso, inclusive

Observe-se. 

Preste atenção em como se sente conforme o dia vai passando. Diante do que sente raiva, tristeza, medo? O que te faz alegre, motivado, animado?

A minha, a sua vida não serão mais as mesmas, iguais às de antes dessa crise.

Nem eu nem você seremos mais os mesmos.

Se estava adiando resolver alguma questão que estava “pegando” em sua vida, procrastinando uma decisão que há tempos já podia ter sido tomada, você não está sozinho.

Tenho ouvido muita gente nesse período e ilustro aqui algumas questões que me foram trazidas:

“Meu casamento já estava acabado, agora resta claro. Me sinto compelido a fazer algo a respeito disso. ”

“Meu trabalho já não me faz sentido algum há tanto tempo e agora essa crise? Será a hora de me reinventar profissionalmente? ”

Estou no limite como mãe. Já me sentia sobrecarregada antes da pandemia, agora então, sem avós, sem ajuda profissional em casa, sem escola e ainda trabalhando. Como faço pra dar conta sem surtar? ”

Você não está sozinho! Eu ouso dizer que você tem companhia de toda a humanidade nesse momento.

Eu, logo no início da pandemia recebi o convite de olhar para o próximo. 

Explico: sou privilegiada e reconheço meus privilégios. O sistema de saúde ao qual tenho acesso não entrará em colapso, o meu trabalho eu posso fazer de maneira totalmente digital, à distância sem nenhum prejuízo, exceto se houver prejuízo ao meu cliente: “o próximo”. Já perdi cliente com a pandemia, sim. Gente que suspendeu o trabalho para agora focar em salvar um negócio de família, por exemplo. O meu próximo olhando pelo próximo dele.

Eu posso ser responsável por infectar a minha diarista se a fizer vir trabalhar. Ela, minha próxima que não tem plano de saúde e depende do sistema público que já está quase em colapso. Eu me sinto compelida a pensar nela. É a vida do outro que está sim, nas minhas mãos. E é óbvio que precisei rearranjar a forma como pagá-la, pois, mantê-la em sua casasem pagar por seus serviços, mesmo que não prestados, impedindo seu auto suprimento não faz sentido algum. E cá estou eu olhando para o próximo e fazendo o que me cabe da maneira como posso, tanto pensando na saúde quanto na questão econômica, considerando o próximo.

Ainda inquieta, com o bichinho do “o que mais posso fazer pelo outro agora”, com a economia de tempo dos deslocamentos que fazia pela cidade de São Paulo, me disponibilizei para cafés virtuais com quem quisesse espaço de escuta, caso estivesse precisando de alguém para desabafos relacionados as dificuldades que vivencia em função do contexto atual.

Acabo de receber mais um convite ao ouvir a coletiva de imprensa do, agora, ex-ministro da justiça, Sérgio Moro, mas esse eu não dividirei aqui, pois minha intenção não é politizar o artigo.

Já entendo agora mais que nunca o sentido da palavra colaboração e tenho olhar atento para o que mais posso tirar desse momento tão único e juro, estou pasma com a quantidade de aprendizados adquiridos, isso sem falar na Yoga que consegui finalmente incluir à minha rotina – mesmo atarefada com os afazeres domésticos que antes não me cabiam – e que está me trazendo tanto conforto para passar por esse momento.

Eu estou pensando sobre como estou vivendo, sobre o que de fato importa. Sinto saudades antecipada pelo tempo em que ainda ficarei longe do meu sobrinho e mesmo assim grata por poder assisti-lo dando seus primeiros passos via Facetime ou qualquer outro aplicativo de vídeo conferência. 

E por mais encontros virtuais que eu faça neste período, já tenho clara a importância do que tudo isso o que nos acontece agora vai despertar em nós: Vamos simplesmente despertar!

Então se você quiser “despertar” com a crise, eu proponho aqui um exercício de reflexão. Pegue papel e caneta eresponda:

“Qual é o convite que está recebendo nessa crise? ”

“O que você quer aprender com ela? ”

“O que não pode mais ficar como estava antes? ”

“Onde quer estar quando tudo isso passar? ”

Porque isso vai passar, e você pode decidir o que deseja levar daqui para sua nova vida. 

Ah, e não se preocupe, você obterá essa última resposta tendo ou não pensado conscientemente sobre ela... Coisas de tempos de crise!

 

Janaina Velloza, uma buscadora que tem como missão auxiliar pessoas insatisfeitas em seus trabalhos a buscarem uma solução personalizada para essa questão

Joias Plume

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